segunda-feira, 16 de abril de 2012

No dia que te encontrei.

Passei dias pensando como iria te conhecer. Sim, eu sempre soube que esse dia chegaria, só nunca tive, e ainda não tenho, certeza que você vai fazer parte dos meus dias. Nosso encontro não foi intenso como eu imaginei, seus olhares não são meus como pensei, talvez você nem seja mesmo tudo que idealizei, apesar disso, eu ainda espero sentir seu cheiro macio todos os dias.
Não. Eu não espero muito de você. Eu simplesmente tenho torcido muito para eu ser o seu futuro. Eu quero poder te falar das minhas desventuras no fim do dia, quando as luzes do quarto já estiverem apagadas e nossa voz estiver embargada de sono. Eu quero poder te falar sobre quando eu ia de ônibus pra faculdade, só pra ter a chance de voltar no mesmo ônibus que você. Ver o seu sorriso por uma fração de segundos foi, durante muito tempo, o meu objetivo do dia.
Não sei dizer o que sinto por você. Talvez seja só curiosidade, ou talvez eu esteja envolvida platonicamente mesmo. Isso, que eu ainda não sei o que é, pode passar um dia. Mas enquanto isso não me deixar, eu vou pensar em você, e meu olhar sempre vai se interessar muito mais pelo lado da sala que você estiver.
Á propósito, eu também quero a sorte de um amor tranqüilo com sabor de fruta mordida.


Fernanda Luz - 02.03.12

domingo, 15 de agosto de 2010

Existencialismo Barato.

Qual o sentido das coisas, porque estamos aqui?
À que fim viver se não vivemos o mesmo?
Mundos divergentes, o céu e o inferno de cada um torna tudo tão relativo.
A intensidade do que sentimos, se posto num ângulo geral tem uma diferença tão extremamente gritante.
Gostaria de poder entender porque sofro por nada quando tantos não tem o que comer.
À quem se sustente de ideais, de objetivos, ou simplesmente de planos.
Do que me sustento? Porque acordo dia -após-dia?
Preciso, desesperadamente, de uma razão.
Tento suprir esse vazio com decepções previsíveis, frustrações que crio e finjo ser pega de surpresa.
Procuro motivar-me com o amanhã, mas o hoje demora à passar. O hoje rasteja na intranqüilidade do nada.
Dramatizo a vida, pois nada seria ela senão drama. Do pior e mais enfadonho protagonista.
Não sei quem sou quando não sou nada para alguém.
Me incomoda não alçar vôo, me incomoda não saber nada a meu respeito, me incomodo de ver tantos tolos que crêem saber algo de si.
Não sabemos nada. Porém, alguns conseguem viver com isso. Eu não.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Deixa eu ser o peão vermelho?

Não dormi essa noite, pensava sobre a vida por uma perspectiva de revolta e desilusão.
Quando você pensa o mundo como um tabuleiro de um jogo sórdido, se vê como só mais uma peça entre tantas outras peças insgnificantes de algo gigantesco que não conseguimos enxergar devido a proximidade.
Odeio essa sensação de impotência, humilhação, submissão. Odeio os órgãos públicos com suas atendentes quarentonas mal educadas e arrogantes, odeio os policiais merdinhas que não me protegem dos meninos maus, odeio a espécie incoveniente que se faz amigo de todo mundo, odeio muito ter que depender dessas pessoas para viver com dignidade, dignidade essa que eles fazem questão de arrancar de mim.
Eu quero respeito, segurança, paz e minha diginidade intácta.
Arrancaram meu sonho, minha primeira conquista, deixaram-me com a vida, uma vida transtornada e desiludida, e todos dizem que preciso agradecer por estar bem. È uma pena que nesse país precisamos agradecer por não terem me tirado tudo, mas eu odeio cair na medíocridade de ficar satisfeita com a metade.

sábado, 6 de junho de 2009

Mundo Amigo.

A pior solidão é aquela que você cria,ou cava.Não se pode esperar ter pessoas ao redor quando você só vive pra uma pessoa,quando só assuntos relacionados a ela te interessam,ou, quando você acaba se achando bom demais pro resto do mundo.
Eu estava com esse tipo de solidão outro dia,me sentindo enjoada de mim e de minhas frustrações,aquelas,que não consigo admitir pra ninguém,nem pra mim.
Resolvi tentar provar de outro mundo que não o meu,ao menos por uma noite.Peguei o velho livro que já estava comigo a meses como pretesto para uma visita e segui, meio sem esperanças de esquecer momentaneamente o meu sofrimento consensual, pra casa de um amigo. Já tinha esquecido de como era bom rever aqueles rostos queridos em um ambiente aconchegante,tivemos uma conversa muito agradável,calorosa,cheia de planos e grandes idéias,me fez pensar em como nos aprisionamos inconscientes quando a liberdade está tão próxima.
Mas o difícil mesmo é conseguir a liberdade interna.Preciso desesperadamente ficar em paz, mesmo estando só.Estou numa fase mais hiperativa que nunca,sempre procurando fazer mil coisas para evitar de pensar,porque quando eu paro pra pensar,eu não fico em paz,e ficar em paz é tudo que eu mais quero.
Amar não é tão difícil,pelo contrário,amar é ótimo.O difícil mesmo é a falta,a saudade e a desilusão,quando essas coisas passarem tudo vai ficar bem,porque tentar deixar de amar, eu já desisti faz tempo.
Agora eu já tenho o segredo,se a solidão estiver voltando,eu faço uma visita a um mundo amigo.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Reinventando

É muito difícil racionalizar o sentimento, sendo eu alguém tão sentimental. Em contradição ao que eu realmente gostaria de ser.É muito mais fácil ser racional e desapegada,mas enfim,eu não sou assim.
Meu primeiro amor me fez flutuar por céus desde o princípio perigosos.Mas quem se importa com o perigo quando encontra em outra pessoa tudo que sempre admirou?
Meu amor me levou pra outra vida,me fez sorrir para os estranhos na rua e ficar contente comigo mesma pelo que eu era e me afirmar como pessoa,a mais feliz de todas.
E eu sempre me perguntava se eu merecia tudo aquilo,e meu amor sempre me fazia enxergar que sim.
Eu me entreguei demais,é verdade.Tudo sempre foi demais,e no fundo,eu sempre soube que chegaria ao fim mais cedo ou mais tarde.E chegou,o fim está logo nas minhas costas,a tanto tempo que nem sei.Eu não suporto subjetivismos e me alimentei da falta de uma certeza.
Outro dia eu o vi,ele passou por mim como deve ter passado por você a algum tempo atrás.Como você se sentiu?Sentiu?
Saber o que você sente sempre foi difícil pra mim.Mas eu finalmente conseguí enxergar em você a total ausência da minha presença,não restou mais nada,sem saudade nem busca.Nada.
Eu me arriscava pensar que um dia você ia enxergar que estar comigo não era crédito e agora você está tentando recuperar o déficit que eu deixei em você,nos seus dias.
Você precisa de emoções diárias,você vive disso.Tem um amor recíproco mas isso não te completa.Você deseja muito,e isso não é mal,nem faz de você uma pessoa má.Você é assim e pronto.
Não quero mais pensar na gente,quero só guardar com carinho o que eu vivi,como eu sei que você me guarda assim em algum lugar aí dentro de você.
Eu conjecturei demais e sofri por isso.Você foi a minha “crença central” e tudo que poderia não significar nada sempre significava muito pra mim.
Hoje eu fico triste por não conseguir ficar por perto de você como gostaria,ser uma boa amiga e fazer parte dos seus dias.Eu não conseguí me reinventar na sua história e lamento o meu fracasso por ainda sentir.
Mas eu ainda posso reinventar a minha vida,agora,sem os sorrisos bôbos e àquela completa satisfação em viver.
Que melancolia essa minha...pretendo deixar ela aqui,nessa folha e vou prosseguir com novos objetivos,vou parar de pensar em você enquanto leio meus textos de medieval e antiga,pensando se você gostaria de saber alguma daquelas curiosidades históricas.
O que vai seguir comigo é tudo aquilo que aprendi com você,atrelado a tudo que ainda tenho a aprender com a vida.
Lembro com carinho de tudo ,de cada detalhe de nós,mas o meu tempo acabou e eu só quero pensar em como eu aproveitei cada segundo.
Outras pessoas vão aparecer pra você,isso ainda me dá uma pontinha de angústia,mas eu fico feliz se você estiver também.Algumas pessoas não merecem estar com você e espero que você perceba isso e não se alimente de paixões inconseqüentes.Se alimente de amor.Reinvente o seu amor todos os dias.
O fim do “amor” é ainda mais triste que o nosso fim,mas outros começos virão na minha vida e é em busca deles que eu vivo agora.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Joguei uma moeda e fiz um pedido

Cansei de me alimentar das nostalgias da minha vida,quero tentar viver o agora e não o que foi.Em um passado mais próximo do que parece eu tinha mais facilidade de ser feliz,talvez eu estava com as pessoas certas na hora certa,mas não posso esperar que isso aconteça de novo pra voltar a respirar e a sorrir.
Busco, todo segundo do dia ,ter uma mínima sensação de como me sentia bem em saber que era parte de você e de como você precisava de mim.E eu sempre soube que na verdade eu era dependente da sua dependência.
Quero só seguir em frente e me redescobrir,quero poder pensar que você está do meu lado e a sua mão afaga meu cabelo quando me sinto cansada.
Ainda não consigo levar isso tudo aqui sem você,então,só pra me fazer forte,segura a minha mão e só solta quando sentir que eu não vou mais precisar olhar tanto para trás.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Maldita novela

Hoje é Natal e eu estou só em casa,minha família viajou a tarde e logo depois a única pessoa que me deixava feliz na vida deu um pulo pra fora dos meus planos e sonhos.E eu to assim,daquele jeitinho do Zeca “meio a flor da pele”.Depois de chorar litros, eu fiz uma jarra de suco de maracujá e sentei em frente a TV(acho que tava na intenção de uma overdose de tranqüilidade,sei lá!),mas o fato é que tava passando novela das oito e eu prendi a atenção em uma cena sobre perdão,um filho que perdoava o pai,e aquilo ,inacreditavelmente,foi entrando na minha solidão e quando eu vi já era tarde demais,uma novela das oito conseguiu me influenciar,consegui ser influenciada por uma obra mal feita para massa.E aí eu fiquei bem uns quinze minutos pensando no meu pai,não precisava perdoar ele de nada,só que fazia dois anos que não nos falávamos por puro desinteresse de ambas as partes,mas era natal e tudo,tirei e coloquei a telefone do gancho várias vezes antes de discar,no outro minuto ele já estava na linha:
- Alô! (voz de quem tava na farra)
- Meu pai? É Fernanda,sua filha.
- Ooooi Nanda,como você está? Onde está sua mãe?
- Estou ótima.minha mãe foi praí hoje.Feliz Natal!!
- Pra você também,quer dizer que sua mãe já veio heim
- Sim,foi hoje.
-Então ótimo,um beijão!
“ Na verdade eu tava pensando em falar que apesar de não nos falarmos muito eu o amo e gostaria de ser mais presente,mas não consegui falar nada parecido com isso.”
-Té mais pai.
Nadei e morri na praia,nunca vou conseguir falar pra ele como me sinto e nunca mais vou me deixar influenciar por essas novelas das oito.